Amada origem de todos nós, que estás no aqui do céu
Contemplado sejas tudo, na atenção do inominável
Em nós se manifeste o des-velar do livre Ser, que é o Reino Teu e Único, o Amor
Toque-nos com Tua luz, realizar irreprimível da vontade livre
Nas Imediações da matéria tanto densa quanto sutil
Que a nutrição física e mental que é a abundância da vida viva
Reduza-nos à própria vida, grandeza da não ação que desfazendo o Ego mostra-nos eternos
Oriente-nos pela simplicidade sem desejos
Torne-nos livres em Tua fortaleza
Amém, Glória e Amor.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
Alvorada pós noite pobre
Deus está na poesia de todas as coisas
no balançar da alta copa avistada
no vento que sopra
em meus ouvidos a palavra
colorindo em gorjeios
os bosques da solidão
vasta a imensidão em que se revela
és Deus porque és Terra
és água porque sou Deus
são nossas todas as trevas
das mágoas dos filisteus
que ao adentrar da madrugada morta
vêem brotar zumbis pedintes e ladrões
e só a lua embota estas notas
que choram a chaga da falta de pães
que sobram mas não desdobram
para as notas em mais que valor
e qual a dor da capital de costas
que hôrror sua falta de dor
capital naturalizado
em Deus perdeu sua fé
inté em todas as coisas
a começar no mendigo de pé.
no vento que sopra
em meus ouvidos a palavra
colorindo em gorjeios
os bosques da solidão
vasta a imensidão em que se revela
és Deus porque és Terra
és água porque sou Deus
são nossas todas as trevas
das mágoas dos filisteus
que ao adentrar da madrugada morta
vêem brotar zumbis pedintes e ladrões
e só a lua embota estas notas
que choram a chaga da falta de pães
que sobram mas não desdobram
para as notas em mais que valor
e qual a dor da capital de costas
que hôrror sua falta de dor
capital naturalizado
em Deus perdeu sua fé
inté em todas as coisas
a começar no mendigo de pé.
Igor L. C.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Soneto à Revolução
“Como flores que
voltam suas corolas para o sol, assim o que foi aspira, por um secreto
heliotropismo, a voltar-se para o sol que está a se levantar no céu da
história.”
(W. Benjamin, 1940)
Embriagado de
melancolia frente à fantasmagoria do absurdo presente,
sob meus pés o chão
torna-se um flutuante mar,
e enquanto sou barco
ébrio perdido sem continente,
é Vênus quem norteia
toda noite meu olhar.
Ininterrupta no céu é
minha estrela mais brilhante,
da manhã e da tarde,
só lhe perco ao Sol raiar,
e a indústria que
acorda sem sequer espreguiçar,
com o Sol revolve a
angústia de não ser ao trabalhar.
Nostálgico me torno
por melancólico prazer,
e ao passado ancestral
retorno como que por dever,
abrindo o presente
para o futuro do dever-ser.
Sonho com minha Vênus, rimando amor com estupor,
pois o torpor que me
acomete, é vento vermelho em vela de flor,
brotada em meio às
trincheiras, de um corpo sem carne nem cor.
Igor L.C.
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segunda-feira, 2 de julho de 2012
A cela progresso
A vida à espera do progresso subverte a potência ativa do caminhar como criar, ancorando o presente na expectativa alheia, no futuro que, incessantemente atualizado, tornado aqui e agora, circunscreve a revolução na ilusão do pronto, na reforma da imagem.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
O Silêncio e seu par
No alto da pedra angular,
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da Bahia em Bom Jesus da Lapa,
por sobre o ar urubus e libélulas,
dividem espaços e ofícios,
num bailar sem trégua nem trevas.
A rondar fazem a vigília,
das crias e do fiel orador,
seja d'eu poeta disperso,
trovador de versos lisérgicos,
seja dela, senhora descalça,
que em velas Lhe pede a graça;
sabem, ambos moramos na dor,
sabem, ambos vivemos de Amor.
...Pousa um pássaro na cruz,
constato, em Ti ganhou própria luz!
Ah!, ponho a mão na pedra que a faz,
e assim, demasiado fugaz,
pressinto um silêncio na voz...
descanso de meu algoz
(eu distante de Nós).
Igor L.C.
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quinta-feira, 8 de março de 2012
Sopro Vital
na Terra-Rocha
um pulmão Verde
respira a Terra.
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um pulmão Verde
respira a Terra.
Igor L.C.
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domingo, 4 de março de 2012
A Mesma Realidade
Vemos nossas pernas e braços,
pedaços,
unidos pelo Eu.
Sintético emaranhar de retratos,
lembranças,
daquilo que se perdeu.
Fragmento e me dissipo todo,
em tiras,
como um boi que como.
Ávido por conservar a vida,
mas morro,
de câncer no estômago...
Vemos nossas pernas e braços,
pedaços,
unidos pelo Eu.
Reencontro-me no cair das folhas,
o Todo,
que não me esqueceu.
escuto o cantar do silêncio,
irrompo,
do centro de mim.
E em cada gota da chuva,
a história,
sou eu e o sem fim.
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pedaços,
unidos pelo Eu.
Sintético emaranhar de retratos,
lembranças,
daquilo que se perdeu.
Fragmento e me dissipo todo,
em tiras,
como um boi que como.
Ávido por conservar a vida,
mas morro,
de câncer no estômago...
Vemos nossas pernas e braços,
pedaços,
unidos pelo Eu.
Reencontro-me no cair das folhas,
o Todo,
que não me esqueceu.
escuto o cantar do silêncio,
irrompo,
do centro de mim.
E em cada gota da chuva,
a história,
sou eu e o sem fim.
Igor L.C.
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Depreciosa pedra
o vazio nos olhos da fome de Ser,
de alimentar-se e nutrir-se, de pessoalizar-se...
é o vazio da pedra no caminho,
cegando o espírito para a fome escondida:
fome de pão e de Nome.
o corpo não cala,
mas seu grito,
o vício consome, abafa.
(---) e consumidos pelo próprio consumo,
são ninguém além do codinome.
aquele, Galego, infortuna o próprio parceiro,
que ao invés de dinheiro
pede por biscoito,
daqueles de ar como diria sua recordada avó.
Galego atormenta,
não cessa de pensar na pedra,
o que leva-o, "paradoxalmente" a não pensar na pedra,
pois não pensa em nada...
pensa em não pensar,
sem pesares, sem pesar,
sem balanças para além da prontidão da fissura.
tão rachado que nem mais se encontra,
e como tantos apartados, desata a desapontar,
já não se importando com o que foi ou virá,
com os laços, lastros,
com o Amor e sua faculdade de perdoar...
não rimam, não constroem,
corroendo-se por dentro,
não vêem nada além das paredes do fundo do poço.
e como não dormem,
igualmente não acordam,
e o sol que para todos brilha,
sua graça não lhes irradia,
velado pela sobreposição
de sombra sob sombra.
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de alimentar-se e nutrir-se, de pessoalizar-se...
é o vazio da pedra no caminho,
cegando o espírito para a fome escondida:
fome de pão e de Nome.
o corpo não cala,
mas seu grito,
o vício consome, abafa.
(---) e consumidos pelo próprio consumo,
são ninguém além do codinome.
aquele, Galego, infortuna o próprio parceiro,
que ao invés de dinheiro
pede por biscoito,
daqueles de ar como diria sua recordada avó.
Galego atormenta,
não cessa de pensar na pedra,
o que leva-o, "paradoxalmente" a não pensar na pedra,
pois não pensa em nada...
pensa em não pensar,
sem pesares, sem pesar,
sem balanças para além da prontidão da fissura.
tão rachado que nem mais se encontra,
e como tantos apartados, desata a desapontar,
já não se importando com o que foi ou virá,
com os laços, lastros,
com o Amor e sua faculdade de perdoar...
não rimam, não constroem,
corroendo-se por dentro,
não vêem nada além das paredes do fundo do poço.
e como não dormem,
igualmente não acordam,
e o sol que para todos brilha,
sua graça não lhes irradia,
velado pela sobreposição
de sombra sob sombra.
Igor L.C.
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Existência Poética
Não quero viver um amor
para a existência de um poema,
mas sim Viver um Poema,
pela existência de um Amor.
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para a existência de um poema,
mas sim Viver um Poema,
pela existência de um Amor.
Igor L.C.
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
De poemas viemos aos poemas retornaremos
O mesmo vento que trazendo a chuva
apaga o fogo,
ao findar das gotas reassopra,
e acende a chama de novo.
A impermanência media ciclo
do eterno que aqui está:
de árvore a galhos secos,
fogueira, carvão e poema...
e de poema talvez se torne
o tugúrio de um coração,
pulsando alegre em tormentas,
aspirando ser criação.
Igor L.C.
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