“Como flores que
voltam suas corolas para o sol, assim o que foi aspira, por um secreto
heliotropismo, a voltar-se para o sol que está a se levantar no céu da
história.”
(W. Benjamin, 1940)
Embriagado de
melancolia frente à fantasmagoria do absurdo presente,
sob meus pés o chão
torna-se um flutuante mar,
e enquanto sou barco
ébrio perdido sem continente,
é Vênus quem norteia
toda noite meu olhar.
Ininterrupta no céu é
minha estrela mais brilhante,
da manhã e da tarde,
só lhe perco ao Sol raiar,
e a indústria que
acorda sem sequer espreguiçar,
com o Sol revolve a
angústia de não ser ao trabalhar.
Nostálgico me torno
por melancólico prazer,
e ao passado ancestral
retorno como que por dever,
abrindo o presente
para o futuro do dever-ser.
Sonho com minha Vênus, rimando amor com estupor,
pois o torpor que me
acomete, é vento vermelho em vela de flor,
brotada em meio às
trincheiras, de um corpo sem carne nem cor.
Igor L.C.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/deed.pt">Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário