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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Depreciosa pedra

o vazio nos olhos da fome de Ser,
de alimentar-se e nutrir-se, de pessoalizar-se...
é o vazio da pedra no caminho,
cegando o espírito para a fome escondida:
fome de pão e de Nome.


o corpo não cala,
mas seu grito,
o vício consome, abafa.
(---) e consumidos pelo próprio consumo,
são ninguém além do codinome.


aquele, Galego, infortuna o próprio parceiro,
que ao invés de dinheiro
pede por biscoito,
daqueles de ar como diria sua recordada avó.


Galego atormenta,
não cessa de pensar na pedra,
o que leva-o, "paradoxalmente" a não pensar na pedra,
pois não pensa em nada...


pensa em não pensar,
sem pesares, sem pesar,
sem balanças para além da prontidão da fissura.


tão rachado que nem mais se encontra,
e como tantos apartados, desata a desapontar,
já não se importando com o que foi ou virá,
com os laços, lastros,
com o Amor e sua faculdade de perdoar...


não rimam, não constroem,
corroendo-se por dentro,
não vêem nada além das paredes do fundo do poço.


e como não dormem,
igualmente não acordam,
e o sol que para todos brilha,
sua graça não lhes irradia,
velado pela sobreposição
de sombra sob sombra.


Igor L.C.

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