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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Turista


Quarenta e um graus; quinze horas e cinquenta e cinco minutos; 41º... 15:55.

Sinto a onda solar reluzir em mim pelas calçadas de Niquiti. Destino: praia do sossego. Dois litros de água e mais uma garrafa menor para cada. Entramos no ônibus.


O calor deve exaltar os ânimos, ou assim mostrou-se um cidadão local, gritando com o negro cobrador: "vou te mostrar o que é desrespeito!!", disse ele em tom ríspido. "Que ele vá à merda", pensei eu solipsista.


Cadeiras preenchidas, pessoas começam a ficar em pé. Conto-os, já são ao menos três... Próxima parada e perco minha conta. O percurso faz parte da história, e descrevê-lo é como tirar sua foto. Mas já tem tanta gente que não sei quanto disso tudo lembrarei depois. 


O calor derrete minha cara. Pude ver, quando eles ainda eram apenas três, que ao meu redor somente eu estava assim, inadaptado. Exerci então meu direito de mostrar o corpo: tiro a blusa, e com ela seco meu suor; de testa seca,  passo no rosto o protetor solar, e faço o mesmo em cada ombro.

O percurso se prolonga, e pouco à frente um acidente. Dois ônibus bateram, ao menos não foi de frente. Se o calor exalta os ânimos,  que azar de toda essa gente. Vai andando e vão descendo, a cada curva um ponto a menos. Eu vou, o ônibus vai, e a praia vêm!
Piratininga é o nome dela.

A terra aqui é de títulos exóticos: Gragoatá, Itacoatiara, Camboinhas; ontem, anteontem,  e ante - anteontem.

Na água que se esconde, a rocha é predominante. 

A Terra
é rocha.

Igor L.C.


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