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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fim dos tempos

Os homens loucos
todos eles
            ocos
não esperem nada
de mim
além do fogo

não chovo
sou o trovão da guerra
da água que não deságua,
da espera que não se acaba,
da seca da fonte seca,
do tempo que não respira,
enquanto inspira
os homens loucos
a serem rotos.

Sem água a terra é nada
oca cãibra que não passa;
mas eu trovão que se escuta
sou estrondo ouvido esperança
de deixar de ser lança-chamas
e ser gota que cultive as plantas

mas eu trovão des-espero
sou prelo daquilo que quero
pré-impresso nos meus cadernos
tua sede se torna teu credo
teu medo devaneio se torna
e entorna
rios de choro na boca
oca, ávida, louca.

Enfadonha desgraça humana
largue mão desta fé cigana
que migra do que acredita
mitifica o que santifica
tacanha miséria urbana
que se ilude
mas cai da cama.

Igor L.C.

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